O Fabs me mandou há uns 2 dias atrás um pouco do trabalho do Ícaro Dória, brasileiro que hoje é diretor de criação da Saatchi & Saatchi de Nova Iorque. Ícaro começou, como a maioria, em trabalhos pequenos, se eu não me engano na DPZ Varejo, na época. À medida com que foi subindo, refinando a qualidade de seus trabalhos como redator, foi desenvolvendo uma forma característica de escrever e de fazer propaganda.
Veja as peças dele aqui.
Um destaque é para a campanha da livraria Feron Bookstore, feita pela Leo Burnett de Lisboa. Textos formidáveis passam o conceito “Se uma página te faz pensar, imagine um livro”. Vale a pena ler todas as peças. Outro é a forma com que foi tratado o aborto nas peças para a ong IPAS, pela GiovanniFCB (nota mental: Fernando Campos foi pra Santa Clara e levou a criatividade da Giovanni. Alguém lembra quando eles publicaram algo tão criativo nesse meio tempo?). As peças mostram pontos de vista femininos opostos em relação ao futuro de uma gravidez, e terminam com a assinatura “Because sometimes life isn’t a matter of choice, abortion should be.”
Nessa campanha do Ipas Vico Benevides, que saiu da Santa Clara após fazer Kuat, Fila Real Runners e Fila Primeiros Passos e foi pra NeogamaBBH fazendo Mentos Teen, também fez um trabalho fudido na direção de arte, mantendo seu padrão a la TBWA NY e KesselsKramer.
PERGUNTA: o que há de diferente no pensamento do Ícaro?
RESPOSTA: simplicidade.
Não vou repetir todo aquele discurso de idéias simples, redondas e conceitos concisos que estamos habituados a ouvir. Mas fica no ar uma questão: No exterior, o pensamento simplista impera. Como vimos, o padrão internacional é rápido, conceitual e direto.
O Brasil está pronto para esse tipo de propaganda? Não fazemos assim porque do jeito que está é cômodo pra gente, ou porque nosso público ainda não está pronto para digerir informações concatenadas?
ATUALIZAÇÃO PÓSTUMA: Ícaro Dória acabou de ganhar 4 bronzes no Clio Awards. Todos com peças simples.
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